Diante do gigantismo dos Bonecos e do seu simbolismo, diante da história do Mercado da Ribeira, em meio a tanta cultura, nasce este Projeto.

Aqui, a mão que molda, que dá forma, o colorido. O corpo que movimenta, que sacode, que gira e dança, que dá vida, que contempla.

Hoje, na Ribeira, vivemos uma narrativa. Encontramos, com alegria, a identidade Pernambucana. Dos trabalhos em arte barroca, cusquenho, molduras entalhadas, artigos, anjos, santos, eis a imaginação, a história, a essência, o carnaval.

Convidamos a todos olindenses, pernambucanos, turistas brasileiros ou de terras longínquas para que venham com a gente, ritmados, a subir e descer as ladeiras...


Bonecos de Olinda

No Brasil, o primeiro boneco gigante surgiu em 1919, no Sertão pernambucano, a 486km de Recife, em Belém do São Francisco. Foi durante o carnaval, sendo batizado de Zé Pereira.
  
Em 1919, o Boneco de quatro metros foi criado por Gumercindo Pires de Carvalho 

As referências de bonecos gigantes, há época, em Belém do São Francisco, advinham dos relatos do primeiro pároco da localidade que narrava as procissões na Europa, quando usavam bonecos representando figuras bíblicas. Nos séculos XVII e XVIII, essas figuras disformes abriam a tradicional procissão do "Corpo de Deus".
Outras origens, também, são conhecidas - na cidade de Viana do Castelo, região Norte de Portugal, onde eram conhecidos como "gigantones" ou Zés Pereiras, além de terem sido presentes em festas espanholas, no carnaval de Nice e na "Micareme" de Paris.
Em 1929, então, o calunga ganha uma companheira, a boneca Vitalina. Casaram-se e tornaram-se a atração do carnaval de Belém do São Francisco. O casal vem de barco e abre a festa da cidade.


“Deu meia noite
São doze em ponto
Deu meia noite na noite
São doze em ponto
E a lua cheia clareia os Quatro Cantos
E a lua cheia clareia os Quatro Cantos
Pra ver quem vem passar
Descendo a ladeira
Pra ver quem vem passar
Fervendo a chaleira
É o Homem da Meia Noite que vem (...)”
Nasce, em Olinda, em 1932, a figura mais popular do carnaval da cidade - o Homem da Meia Noite, confeccionado pelo marceneiro entalhador Benedito Barbaça e pelo pintor de parede Luciano de Queiroz, que era conhecido pelas suas habilidades na manipulação das cores das tintas, das massas e dos pincéis.
“O Homem da Meia-Noite tem a importante tarefa de abrir as festividades do carnaval. Sempre com um farto sorriso enfeitado por um dente de ouro e trajando seu terno verde e brando, o Homem da Meia-Noite desfila carregando a chave que simboliza a abertura do carnaval. No braço, ele leva um relógio que sempre marca a meia-noite. O boneco passa ao som do frevo animando os foliões que entram no passo até de manhã cedo. A curiosidade, é que O homem da meia noite, só sai uma vez por ano do seu armário, apenas para o desfile no sábado a noite. Para outras apresentações durante o ano, ele conta com uma réplica. A sua saída é sempre precedida de um ritual que acontece todos os anos, onde o gigante veste a sua roupa nova, enquanto os músicos se preparam para o desfile numa grande festa.” (Fonte: Prefeitura de Olinda)

Os bonecos gigantes são, portanto, tradicionalmente, um dos principais cartões postais do carnaval de Pernambuco e se adaptou à realidade regional. 
Hoje há uma diversidade de personalidades que são representadas e ganham vida através dos bonecos gigantes.
Olindenses, pernambucanos e turistas podem, durante todo o ano, conhecer um pouco mais da história dos Bonecos de Olinda, da cultura pernambucana, no Mercado da Ribeira (Rua Bernardo Vieira de Melo, s/nº, Olinda), monumento apoiado pela Prefeitura Municipal.

O espaço conta com diversos adereços para tirar fotos, registros do carnaval, músicas para dançar.


Durante o carnaval e suas prévias, o local sedia várias apresentações de grupos e agremiações, além de ser palco, a qualquer tempo, de muita cultura e animação, por conta dos Bonecos Gigantes.


 


Clique aqui e confira: Bonecos Gigantes de Olinda Viram Filme e Livro.

Fontes:

Jornal do Commercio - Recife - PE Brasil Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, in http://www2.uol.com.br/JC/carnaval/bonecos.htm.
ANDRADE, Maria do Carmo. Bonecos gigantes foliões de Olinda. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/undefined/pesquisaescolar>. Acesso em:dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

ATAÍDE, José. Olinda, carnaval e povo. Olinda, PE: Fundação Centro de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda, 1982.
BONALD NETO, Olímpio. Gigantes foliões no carnaval de PernambucoOlinda, PE: Fundação Centro de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda, 1992.
BONECOS gigantes foliões em Olinda. Disponível em:  <www.onordeste.com>.